Entre o caos da adolescência e a intensidade da maternidade, o verdadeiro desafio é construir pontes de comunicação que unem corações, não apenas palavras.
Você ama o seu filho. Faria qualquer coisa por ele. Cada conselho que dá, cada pergunta que faz, cada limite que tenta impor nasce de um lugar de profundo cuidado e preocupação com o futuro dele. Então, por que parece que cada passo que você dá na direção dele, ele dá dois para trás?
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A cena é um clichê da parentalidade moderna: seu filho adolescente vive em um exílio autoimposto a poucos metros de você. A porta do quarto é uma fronteira. A comunicação é um campo minado de monossílabos. Você se sente um estranho na própria casa, frustrado e impotente.
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Eu sei. Dói. É uma mistura de raiva e impotência que corrói por dentro. E no meio desse furacão, você faz o que parece ser a única opção: você levanta a voz. Você ameaça. Você castiga. Você tenta, à força, arrancar o respeito que lhe foi tirado.
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O problema não é o que você fala. É como, onde e quando você fala. Comunicação com um adolescente não é um bate-papo, é uma operação tática que exige estratégia.
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Você se orgulha de amar seu filho incondicionalmente. Você diz a si mesmo que "o importante é o amor" enquanto a porta do quarto dele vive fechada e as conversas se resumem a ruídos monossilábicos.
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O teto de um quarto de hospital é uma paisagem estranha. Branco, imutável, com manchas que a sua mente, febril e assustada, transforma em monstros ou anjos, dependendo da hora do dia. Em 2016, tornei-me perita em tetos de hospital. Cada um deles era uma tela em branco para o meu maior medo.
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Houve um tempo em que as palavras eram o meu lugar seguro. As noites da minha infância e adolescência foram preenchidas por diários e cadernos...
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